terça-feira, 3 de setembro de 2013

TEXTO: A BELEZA DO SENHOR DAS PEDRAS

*Publicado na Revista Todos a Bordo

Normalmente encontrado em águas rasas, como manguezais e áreas costeiras, o Mero chama atenção pelo porte e beleza. O Senhor das Pedras, como também é conhecido, teve sua pesca proibida no Brasil em 2002 sob risco de extinção, já que é um peixe considerado vulnerável, dócil e de fácil captura. 

De acordo com Fernando Pandolpho Ferreira, que pratica a pesca submarina desde 1975 e já capturou belos exemplares do peixe, o Mero impressiona pelo tamanho, já que pode pesar até 450 kg e medir mais de dois metros. “Comecei a pescar nos costões da Ilha do Boi e Ilha do Frade, mas nessa época o que mais pescávamos eram lagostas. Praticamente não víamos os Meros na água, somente nas peixarias quando íamos para Guarapari, e eles já chamavam muito atenção de todos pelo tamanho anormal. Em 1987, vi um mergulhador capturando um Mero nas Três Ilhas, achei o máximo e quis fazer o mesmo. Observei os períodos de maior incidência deles e, em fevereiro de 1988, capturei um com 202 kg. O maior que pesquei foi um de 220 kg, em 1995, e outros acima de 100 kg sempre nos mesmos lugares”, relembra.

A preservação dos Meros é tida como de grande importância para o meio ambiente. Esses peixes vivem cerca de 40 anos, crescem devagar e demoram a iniciar atividade reprodutiva. Quando se retira um animal tão grande do mar, o papel que este representava no ambiente demora para ser novamente exercido por outro peixe. Isto significa que aquele indivíduo vai fazer muita falta dentro do ambiente.


“Felizmente, seguindo o exemplo dos EUA, o Brasil optou pela preservação do Mero. Hoje sabemos que, economicamente, ele vale muito mais vivo do que morto. Isso porque, devido ao seu comportamento dócil, permite a aproximação dos mergulhadores. A ocorrência em águas rasas, com até 100 metros de profundidade, é um bom atrativo para quem quiser fotografá-los, promovendo, assim, o turismo submarino”, comemora Fernando.